Esse site tem como objetivo ampliar a experiência "FILME", tornando o projeto uma plataforma de entretenimento e conhecimento.
Nele você aprenderá sobre o século XIX, sobre o contexto e as pessoas da época, tendo acesso a uma parte do material pesquisado para se realizar o filme.
Aprenderá sobre o processo de filmagem, a reconstrução digital do Rio de Janeiro, o antes e o depois, e será convidado para atividades interativas, como o QUIZ cultural e o concurso de Grafite.
Cada fotografia ou seção traz consigo uma boa carga de informação para que você navegue aprendendo.
AS SEÇÕES SERÃO COLOCADAS NO AR AOS POUCOS E ATÉ A ESTREIA ESTAREMOS COMPLETOS. Assim, a cada semana uma novidade.
Bem vindo!
O PONTO DE PARTIDA DO PROJETO
Quando em 2008 a cidade do Rio de
Janeiro quis comemorar 200 anos da chegada da Familia Real no Brasil,
verificou-se que não existia documentos audiovisuais para se comunicar a nossa
História e Cultura de forma simples e atrativa.
O projeto O INVENTOR DE SONHOS foi
imaginado como um esforço maior, como uma plataforma de conhecimento onde o
filme é uma parte.
Com a crescente participação da WEB
nas nossas vidas, o projeto incorpora um portal através do qual o público,
estimulado pelo filme pode se aprofundar no assunto através de links e de ações interativas. Dessa forma estimula-se a cultura e se amplia a experiência
“filme”… Constroi-se uma plataforma maior de divulgação tanto do filme quanto
do assunto… constroi-se uma plataforma de educação e entretenimento.
Em 1796, fugindo da Revolução
Francesa, aportaram no Brasil dois franceses. Jean Louis Pascal e Egbert
Lescot. Jean Louis era na verdade um português educado na França, o único dos
dois com direito legal de aqui permanecer, já que o Brasil daqueles tempos era
vedado a estrangeiros. Egbert era um imigrante ilegal, artista de teatro
mambembe, boêmio por natureza, que logo iria se encantar pela pele morena das
escravas africanas, que desconhecia por completo. Não tardaria em se aboletar
nas curvas sinuosas de Dindara, uma negra doméstica de rara beleza, que dele
engravidaria. Em maio de 1797 nasce um menino mulato, José Trazimundo. Não teve
tempo nem de ser ninado. O pai sumiu.
O INVENTOR DE SONHOS é a história de José Trazimundo, um garoto mestiço
em busca de suas origens, em busca do pai, que acredita chegar com a corte
portuguesa fugida das invasões napoleônicas... Ao longo dos treze anos de
permanência da corte no Brasil, a procura sofre reviravoltas, até a revelação
final, de origem surpreendente.
Em 1807, Napoleão Bonaparte imperava na Europa
conquistando territórios, ampliando o império francês, procurando isolar a
Inglaterra da esfera do poder. O curso de suas conquistas não tardariam em
bater nas portas de Portugal. O príncipe regente D. João, no sentido de evitar
o incômodo de se tornar uma nação conquistada, imaginou (ou foi forçado a
imaginar) uma solução ímpar na geopolítica da época. Premido entre a França
(que havia imposto um bloqueio continental aos ingleses) e a Inglaterra ( que
precisava manter algum ponto do planeta para comprar e escoar seus produtos)
era preciso uma saída. O raciocínio era simples: não se conquistando o rei não
se conquistaria o reino. Transferiu-se com toda a corte para o Brasil (colônia
de Portugal na época) tranformando uma simples possessão tropical na sede do
Império Português. FOI UM CHOQUE!
Foi um caso único da
História, todo um reino se transferiu da Europa para a América do Sul,
transformando a metrópole em colônia e vice versa.
A invasão napoleônica da Península
Ibérica em 1807, no contexto do Bloqueio Continental contra os ingleses,
proporcionou um fato extraordinário: a transferência para o Brasil de todo
aparelho burocrático da corte portuguesa. Aos trópicos chegam também, no início
de 1808, o príncipe D. João, a família real de Portugal e centenas de nobres
lusitanos. O Rio de Janeiro, capital da colônia, recebeu a corte e se transformou
na única cidade das Américas a ser a sede de uma monarquia européia.
É claro que a chegada da corte
alterou profundamente a economia, a política, a sociedade e a cultura da
colônia. D. João, para garantir o abastecimento do Brasil, decretou a abertura
dos portos às nações amigas, estabelecendo o livre comércio. Assinou, também,
os tratados de 1810 com a Inglaterra, que garantiam a entrada de produtos
ingleses em portos brasileiros com tarifas privilegiadas. Subitamente, o Brasil
se vê inundado de produtos britânicos.
A sociedade continuava profundamente
escravocrata. O mercado de escravos do Rio de Janeiro recebia levas de
africanos, oriundos em geral das regiões do Congo e de Angola. Com eles, nos
porões dos navios negreiros, as referências culturais africanas também
chegavam, influenciando o idioma, a culinária, os gestos e o gosto musical dos
que viviam aqui.
Para adequar o Rio à condição de
sede da Monarquia, inúmeras obras foram feitas. Drenagem de pântanos; abertura
de ruas; criação de órgãos culturais como a Biblioteca Real, a Escola Régia de
Música, a Escola de Belas Artes e o Teatro Real; o estabelecimento do ensino
superior na colônia; a criação de ministérios; o surgimento de instituições
como a Polícia Militar; tudo isso marcou profundamente a sociedade colonial
naqueles anos.
Neste contexto de profundas e
impactantes transformações, foram lançadas as bases para que, em 1822, o Brasil
proclamasse a independência em relação a Portugal. Mais do que um período de
mudanças, portanto, a Era Joanina criou condições, ao proporcionar um
desenvolvimento interno significativo, para que o Brasil, com todas as
contradições advindas desse processo, começasse a grande aventura de construir
um Estado Nacional autônomo na América do Sul.
Mais que
tudo O INVENTOR DE SONHOS é um pretexto para mergulharmos no século XIX, e observar o ambiente
da época, seu entorno e personagens, como se fossemos um deles... dessa forma
não há sotaque e a linguagem é quase contemporânea. A estrela é a cidade, a
arquitetura, as pessoas. A ferramenta principal são os olhos do personagem José
Trazimundo que descreve com uma visão popular como era a vida no século XIX America do Sul.
Zé Trazimundo – Icaro Silva
Aristides – Stênio Garcia
Timóteo – Luis Carlos Vasconcelos
Artur Vilaça – Ricardo Blat
Eustáquio – Roberto Bonfim
Iaínha – Sharon Menezzes
Duque
de Alva – Sergio Mamberti
Laura Leonor – Guilhermina Guinle
Luis Bernardo – Miguel Thiré
Zé Trazimundo menino – Miguel Oliveira
Luis Bernardo menino – Igor Rudolph
Sarraceno – Edmilson Barros
Libório – Emilio Orciollo Neto
Norma Thierry – Leticia Spiller
Matilda – Debora Nascimento
D. Pedro – Luis Fernando Alves Pinto
Gumô – Lui Mendes
Dona Anelena – Catarina Abdala
Jean Louis – Michel Berkovitz
Pedro Américo – Oswaldo Mill
Chalassa – Guilherme Piva
John
Bradlock – Ricardo Petraglia
Direção - RICARDO NAUENBERG
Direção de arte - DANIEL FLAKSMAN
Figurino - MARIBEL ESPINOSA
Fotografia - RODRIGO MONTE
Produção executiva - RICARDO NAUENBERG
Som - IAN SALDANHA
Mixagem - RODRIGO NORONHA
Edição - RICARDO NAUENBERG, EDUARDO HARTUNG , LETICIA GIFFONI
Trilha sonora - DADO VILA LOBOS, VITOR BIGLIONI, EDUARDO QUEIROZ
Preparação de elenco - ERNESTO PICCOLO, GUIDA VIANNA
Roteiro - RICARDO NAUENBERG, ADRIANA FALCÃO
Computação gráfica - TONI CID
- Gomes, Laurentino. 1808. Planeta, 2007.
- Lima, Oliveira. D. João VI no Brasil. Toopbooks, 1996.
- Lustosa, Isabel. D. Pedro I. Companhia das Letras, 2006.
- Schwarcz, Lília Moritz; Azevedo, Paulo Cesar de & Costa, Angela Marques da. A longa viagem da biblioteca dos reis: do terremoto de Lisboa à independência do Brasil. Companhia das Letras, 2002.
- Pedreira, Jorge e Costa, Fernando Dores. D. João VI: um príncipe entre dois continentes. Companhia das Letras, 2008.
- Wilcken, Patrick. Império à deriva: a corte portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821. Editora Objetiva, 2005.